— Tese - futebolista só deveria deixar o futebol brasileiro após atuar pela Seleção Brasileira
O currículo desse atleta tem relação com o conteúdo do artigo a baixo, Richarlison de Andrade, mais conhecido como Richarlison (Nova Venécia, 10 de maio de 1997), é um futebolista brasileiro que atua como atacante. Atualmente, joga pelo Everton.
Começou nas categorias de base do Real Noroeste em 2013 e lá permaneceu até o ano seguinte, quando foi contratado pelo América-MG, subindo ao profissional em 2015. Talvez enquanto defendia o América MG o atleta nunca seria lembrado em uma convocação para a Seleção, e digo que esse intrépido e incauto blogueiro nunca viu um atleta com tamanha disposição jogando como novato na Seleção Brasileira.
Richarlison chegou a Seleção devido a desconvocação do jovem Pedro do Fluminense que devido a uma contusão não pode servir a Seleção nos amistosos, esse intrépido e incauto blogueiro volta a defender a tese de que nem para suprir uma desconvocação dificilmente um atacante do América MG ou de qualquer clube sem muita expressão no futebol nacional, como um Santo André ou mesmo o Londrina e o Caxias seria lembrado numa convocação da Seleção, mesmo que fosse para suprir uma ausência como ocorreu no caso do jovem Pedro do Fluminense.
Mudam se os treinadores da Seleção e os métodos retrógrados persistem, por que sera que e mais fácil um jogador que atua fora do pais ser convocado? Eu explico com outra pergunta. O Richarlyson que fez alguns gols com a camisa amarela nos últimos amistosos do ano de 2018, será que teria chances de ser convocado pelo Tite se atuasse no futebol nacional?
A cada ano jovens brasileiros deixam o futebol brasileiro antes mesmo de serem conhecidos pelos torcedores do time em que foram formados , o caso preocupa o futebol brasileiro porque sempre tomamos conhecimento de craques brasileiros quando eles já se destacam no futebol exterior , é comum questionarmos
Quem é ? Onde jogou no Brasil?Temos um caso interessante de um futebolista que se tornou conhecido do futebol brasileiro depois de se consolidar no futebol europeu. O volante Matuzalém, revelado pelo Vitória, acertou sua ida para os Estados Unidos em 2016. O atleta defendeu o Miami FC, em 2016. Seu último clube havia sido o Hellas Verona (ITA). Matuzalém, 36, foi revelado pelo Vitória, em 1997. No clube baiano, ele foi campeão baiano e do Nordeste, em 1999. Ele também foi campeão mundial Sub-17, pela Seleção Brasileira. No entanto, sua carreira foi consolidada na Europa. Ele ganhou destaque no Shakhtar Donetsk (UCR), onde atuou entre 2004 e 2007 e na Lazio (ITA), clube no qual ele ficou emtre 2008 e 2013.
— Firmino quem é? Onde jogou no Brasil? Mas vamos conhecer melhor a historia desse alagoano pouco conhecido do torcedor brasileiro - Nascido e criado no Trapiche, um dos bairros mais violentos de Maceió, a poucos metros do estádio Rei Pelé, Firmino cresceu respirando futebol. Quando garoto, dormia ao som da torcida cantando em dias de jogos. "Eu só queria saber de bola. Eu dormia com a bola", disse Firmino. O menino chegava a pular o muro para ir jogar com os colegas no bairro. O objetivo sempre foi "chegar lá".
E o primeiro passo aconteceu quando o jogador chegou à base do CRB, fazendo seus gols no lugar onde antes escutava os cânticos dos torcedores. Rapidamente, Firmino deixou de somente ouvir para fazer parte das músicas de torcida. Pelo Figueirense, conquistou as arquibancadas e ganhou o prêmio de revelação da Série B do Campeonato Brasileiro. Aos 19 anos, foi para o Hoffenheim. Quatro anos depois, o destino era o Liverpool, onde se consolidou e apareceu, de vez, para o mundo. Agora, com a chegada da Copa do Mundo da Rússia, depois do tanto que já conquistou, Firmino quer mais.
O atacante vê o Mundial como a forma de se consolidar ainda mais no meio futebolístico mundial. Certa vez li um artigo do O GLOBO na web a respeito de futebolistas que deixam o futebol brasileiro muito cedo; um dos exemplos citados no referido artigo falava do time sub-19 do Fluminense que certa vez sagrou se campeão do Torneio de Oberndoff, disputado na Alemanha, o tricolor carioca voltou ao Brasil com a taça, mas sem o autor do gol do título. O atacante Danilo Mariotto, um dos melhores do certame, aceitou proposta do Volyn, clube que ocupava a modesta 8ª posição no campeonato ucraniano e, dois dias depois da final, voou para o país do Leste Europeu com as malas que fizera para a viagem ao lado da delegação carioca.
— Com o Fluminense, já tinha sido campeão do Torneio de Amsterdã e fui muito bem. Não sabia, mas havia olheiros de vários times nesses dois campeonatos. O Volyn ficou impressionado comigo e não me deixou voltar ao Brasil. A negociação aconteceu junto ao Fluminense e eu vim direto para cá. Minha família chega amanhã — contou, durante uma entrevista . O caso de Mariotto, 18 anos, que já havia sido convocado para seleções de base do Brasil, é cada vez mais comum. Jovens jogadores que se destacam antes de chegar à categoria profissional deixam o país para se aventurar em jornadas improvisadas por mercados secundários ou sem tradição no futebol. Atraídos por bons contratos ou pelo sonho de jogar no exterior, os jovens atletas preferem defender clubes do Leste Europeu e da Ásia a esperar uma chance no Brasil. Eles se inspiram em histórias como a de Hulk que, após apenas dois jogos no time principal do Vitória da Bahia, foi se aventurar aos 18 anos em gramados japoneses. Daí em diante, fez sua carreira no exterior até voltar convocado para a seleção brasileira. Para Danilo, nem o conflito entre rebeldes ucranianos e o governo foi suficiente para impedir o sonho de brilhar em campos estrangeiros.
— A primeira coisa que pensei foi na guerra. Meus pais não aceitaram muito, ainda mais porque toda a comunicação com eles foi feita por telefone. No primeiro dia que cheguei aqui, meu pai pediu para eu ir embora. Mas a região de Volyn está na parte oeste da Ucrânia, não é atingida pelo conflito. A cidade é bonita, pequena e calma. Claro que eu estou com medo, mas estou feliz pela oportunidade — garante ele, que foi promovido quando chegou. — Sempre estive pronto para jogar no profissional. O bom jogador de futebol tem que estar pronto para tudo. A vida é muito imprevisível. Fui jogar em um campeonato na base e agora estou aqui. Se que a diferença para o profissional é muito grande. Mas treinei uma semana e já fui para o jogo. Logo depois de chegar, já fiz um amistoso e marquei 4 gols — conta, orgulhoso.Nem todas as aventuras nos confins do mundo do futebol dão certo, e acabam por atrasar a carreira de promissores atletas.
O atacante gaúcho Walker Alexsander sabe disso. Tratado como possível estrela no Santos, não quis um contrato na equipe profissional. Aos 16 anos, se disse “cansado” da vida do futebol e voltou para sua cidade natal, Esteio, disposto a se aposentar precocemente. Logo se arrependeu e foi tentar a sorte no FC Osaka, do Japão, após um teste em uma peneira do time no Brasil. O clube disputava uma das ligas regionais nipônicas e tinha quatro brasileiros no elenco. — O presidente estava aqui no Brasil observando a base e me convidou. Ano passado, assinei contrato de um ano e meio. Mas só cumpri 6 meses por causa da saudade. Estava muito longe da minha família e é tudo muito diferente. Achei que estava preparado, mas foi muito difícil. Só me acostumei ao fuso horário depois de três meses, a comida era estranha, não entendia a língua... — enumera Walker, que tentava um recomeço no Atlético Monte Azul, de São Paulo, com a certeza de que o futuro poderia ter sido diferente se tivesse continuado no Santos. Há casos diferentes. Lucas Gaúcho, por exemplo, não se arrepende de ter deixado o país atrás de uma boa proposta financeira — mesmo que ela o tenha levado à improvável Tailândia.
Artilheiro da Copa São Paulo de Juniores de 2010 pelo São Paulo, diz que sua situação por lá é bem melhor do que muitos imaginam, apesar de ter “sumido” do radar de grandes clubes. Autor de nove gols durante a conquista do tricolor na competição que já revelou grandes nomes do futebol brasileiro, o atacante de 23 anos não teve dúvidas ao aceitar uma proposta do desconhecido Tero Sasana . Segundo Lucas, que após a conquista do torneio de juniores teve pouco espaço no time principal do São Paulo e rodou por clubes de menor porte do país, o projeto que apresentaram para sua ida foi “muito bom para ser recusado”. Publicidade — Ofereceram um ótimo contrato. Além disso, conversando com algumas pessoas, vi que os brasileiros são idolatrados na Tailândia.
Cheguei e fui muito bem recebido. O futebol no país tem ganhando muito em investimento e a qualidade do campeonato local tende a aumentar muito nos próximos anos. Tanto que alguns brasileiros já estão se naturalizando tailandeses pelas condições que nos são oferecidas — explica ele, que também já passou pelo futebol do Viatnã.O ambiente, segundo Lucas, é ideal para aqueles que procuram um bom contrato e qualidade de vida. Sem considerar a ida para o Oriente uma aventura, o atacante descartou qualquer dificuldade de adaptação em função da língua ou da alimentação. Só se incomoda em não ter visibilidade. — Não tive nenhum problema para me adaptar. Gosto de viajar e conhecer novos lugares. Estou sozinho aqui e conheci alguns brasileiros que já estavam no país.
Nesse período, já consegui fazer um pé de meia e agora estou procurando um contrato em um centro mais forte — conclui o brasileiro, descartando um possível retorno para o futebol brasileiro neste momento. Carlos Eduardo, que chegou a jogar ao lado de Neymar na base do Santos, teve trajetória diferente da do craque do Barcelona. Ainda no sub-17 do clube paulista, recebeu uma proposta para realizar treinamentos em Portugal, na base do Sporting Braga. De aposta da Vila Belmiro, cruzou o Atlântico aos 16 anos para encerrar sua formação no clube português. — É a vontade de muitos que começam no futebol atuar na Europa.
E não tive dificuldades de adaptação ao novo ambiente. São muito brasileiros lá e fui com alguns amigos. Sempre quando tinha algum período de férias eu voltava — conta o meia, hoje com 21 anos. Os anos em Braga serviram para Carlos Eduardo despertar o interesse de um mercado pouco frequentado por brasileiros. Após cinco anos em Portugal, o Timissoara, da Romênia, apresentou uma boa proposta e, cativado pelo presidente e pelo treinador do novo clube, Carlos Eduardo se mudou para o Leste Europeu:
— Estou me adaptando bem. É um ambiente até agitado por ser uma cidade acadêmica. Por enquanto, não passei frio, mas não tive muito tempo para passear. Enfrentamos uma pré-temporada bem forte e o clube me deu toda a estrutura de alojamento aqui. Voltar ao Brasil não está nos planos. Em 2013, 471 brasileiros atuaram no continente europeu, segundo dados do Observatório de Pesquisas do Futebol (CIES, na sigla em inglês). No ano anterior, 1.429 atletas de todas as idades deixaram o Brasil para atuar em campos estrangeiros segundo balanço da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Questionada, a CBF não se manifestou de forma oficial sobre a saída do país de garotos com idade de formação (entre 16 e 20 anos) nos últimos anos. O exterior também virou eldorado para jovens brasileiros que encontram dificuldade na busca por um lugar ao sol onde nasceram. O caso do também atacante Klysman Henrique, de Brasília, é um desses exemplos. Sem ser aproveitado nas bases de Fluminense e Internacional, decidiu aceitar o convite do irmão para morar na Moldávia e atuar pelo Sheriff, da cidade de Tiraspol.
— Tive sempre problemas para me adaptar por onde passei. Sempre acontecia alguma coisa. Por isso aceitei o convite do meu irmão e vim para a Europa. Cheguei para atuar na base do clube, mas logo fui me envolvendo com o time profissional — conta o atacante. A receita para se adaptar é a aproximação entre os jogadores brasileiros que atuam no país. Segundo Klysman, nem mesmo o frio e a saudade da terra natal o desanimam do sonho de ter sucesso no futebol. Para os próximos meses, a ideia é aumentar ainda mais o tamanho da comunidade brasileira na Moldávia.
— O frio que senti aqui quando cheguei foi algo de assustar. Nunca havia passado por aquilo. Mas isso não nos desanima. Os brasileiros aqui são bem próximos. Para o final do ano, penso em trazer minha filha e minha mulher para morar comigo aqui — planeja ele, que tem 18 anos. Toureando adversários como o frio, os costumes, a língua, a comida e a distância, dezenas de jovens como Danilo, Walker, Lucas, Carlos Eduardo e Klysman trilham um tortuoso caminho e esperam poder fazer como Hulk, o herói paraibano: ainda que por uma rota exótica, entrar no mapa do futebol mundial.
Pesquisa - Marlon Felipe Sales de Moraes
Artigo e supervisão - Magno Moreira
Começou nas categorias de base do Real Noroeste em 2013 e lá permaneceu até o ano seguinte, quando foi contratado pelo América-MG, subindo ao profissional em 2015. Talvez enquanto defendia o América MG o atleta nunca seria lembrado em uma convocação para a Seleção, e digo que esse intrépido e incauto blogueiro nunca viu um atleta com tamanha disposição jogando como novato na Seleção Brasileira.
Richarlison chegou a Seleção devido a desconvocação do jovem Pedro do Fluminense que devido a uma contusão não pode servir a Seleção nos amistosos, esse intrépido e incauto blogueiro volta a defender a tese de que nem para suprir uma desconvocação dificilmente um atacante do América MG ou de qualquer clube sem muita expressão no futebol nacional, como um Santo André ou mesmo o Londrina e o Caxias seria lembrado numa convocação da Seleção, mesmo que fosse para suprir uma ausência como ocorreu no caso do jovem Pedro do Fluminense.
Mudam se os treinadores da Seleção e os métodos retrógrados persistem, por que sera que e mais fácil um jogador que atua fora do pais ser convocado? Eu explico com outra pergunta. O Richarlyson que fez alguns gols com a camisa amarela nos últimos amistosos do ano de 2018, será que teria chances de ser convocado pelo Tite se atuasse no futebol nacional?
A cada ano jovens brasileiros deixam o futebol brasileiro antes mesmo de serem conhecidos pelos torcedores do time em que foram formados , o caso preocupa o futebol brasileiro porque sempre tomamos conhecimento de craques brasileiros quando eles já se destacam no futebol exterior , é comum questionarmos
Quem é ? Onde jogou no Brasil?Temos um caso interessante de um futebolista que se tornou conhecido do futebol brasileiro depois de se consolidar no futebol europeu. O volante Matuzalém, revelado pelo Vitória, acertou sua ida para os Estados Unidos em 2016. O atleta defendeu o Miami FC, em 2016. Seu último clube havia sido o Hellas Verona (ITA). Matuzalém, 36, foi revelado pelo Vitória, em 1997. No clube baiano, ele foi campeão baiano e do Nordeste, em 1999. Ele também foi campeão mundial Sub-17, pela Seleção Brasileira. No entanto, sua carreira foi consolidada na Europa. Ele ganhou destaque no Shakhtar Donetsk (UCR), onde atuou entre 2004 e 2007 e na Lazio (ITA), clube no qual ele ficou emtre 2008 e 2013.
— Firmino quem é? Onde jogou no Brasil? Mas vamos conhecer melhor a historia desse alagoano pouco conhecido do torcedor brasileiro - Nascido e criado no Trapiche, um dos bairros mais violentos de Maceió, a poucos metros do estádio Rei Pelé, Firmino cresceu respirando futebol. Quando garoto, dormia ao som da torcida cantando em dias de jogos. "Eu só queria saber de bola. Eu dormia com a bola", disse Firmino. O menino chegava a pular o muro para ir jogar com os colegas no bairro. O objetivo sempre foi "chegar lá".
E o primeiro passo aconteceu quando o jogador chegou à base do CRB, fazendo seus gols no lugar onde antes escutava os cânticos dos torcedores. Rapidamente, Firmino deixou de somente ouvir para fazer parte das músicas de torcida. Pelo Figueirense, conquistou as arquibancadas e ganhou o prêmio de revelação da Série B do Campeonato Brasileiro. Aos 19 anos, foi para o Hoffenheim. Quatro anos depois, o destino era o Liverpool, onde se consolidou e apareceu, de vez, para o mundo. Agora, com a chegada da Copa do Mundo da Rússia, depois do tanto que já conquistou, Firmino quer mais.
O atacante vê o Mundial como a forma de se consolidar ainda mais no meio futebolístico mundial. Certa vez li um artigo do O GLOBO na web a respeito de futebolistas que deixam o futebol brasileiro muito cedo; um dos exemplos citados no referido artigo falava do time sub-19 do Fluminense que certa vez sagrou se campeão do Torneio de Oberndoff, disputado na Alemanha, o tricolor carioca voltou ao Brasil com a taça, mas sem o autor do gol do título. O atacante Danilo Mariotto, um dos melhores do certame, aceitou proposta do Volyn, clube que ocupava a modesta 8ª posição no campeonato ucraniano e, dois dias depois da final, voou para o país do Leste Europeu com as malas que fizera para a viagem ao lado da delegação carioca.
— Com o Fluminense, já tinha sido campeão do Torneio de Amsterdã e fui muito bem. Não sabia, mas havia olheiros de vários times nesses dois campeonatos. O Volyn ficou impressionado comigo e não me deixou voltar ao Brasil. A negociação aconteceu junto ao Fluminense e eu vim direto para cá. Minha família chega amanhã — contou, durante uma entrevista . O caso de Mariotto, 18 anos, que já havia sido convocado para seleções de base do Brasil, é cada vez mais comum. Jovens jogadores que se destacam antes de chegar à categoria profissional deixam o país para se aventurar em jornadas improvisadas por mercados secundários ou sem tradição no futebol. Atraídos por bons contratos ou pelo sonho de jogar no exterior, os jovens atletas preferem defender clubes do Leste Europeu e da Ásia a esperar uma chance no Brasil. Eles se inspiram em histórias como a de Hulk que, após apenas dois jogos no time principal do Vitória da Bahia, foi se aventurar aos 18 anos em gramados japoneses. Daí em diante, fez sua carreira no exterior até voltar convocado para a seleção brasileira. Para Danilo, nem o conflito entre rebeldes ucranianos e o governo foi suficiente para impedir o sonho de brilhar em campos estrangeiros.
— A primeira coisa que pensei foi na guerra. Meus pais não aceitaram muito, ainda mais porque toda a comunicação com eles foi feita por telefone. No primeiro dia que cheguei aqui, meu pai pediu para eu ir embora. Mas a região de Volyn está na parte oeste da Ucrânia, não é atingida pelo conflito. A cidade é bonita, pequena e calma. Claro que eu estou com medo, mas estou feliz pela oportunidade — garante ele, que foi promovido quando chegou. — Sempre estive pronto para jogar no profissional. O bom jogador de futebol tem que estar pronto para tudo. A vida é muito imprevisível. Fui jogar em um campeonato na base e agora estou aqui. Se que a diferença para o profissional é muito grande. Mas treinei uma semana e já fui para o jogo. Logo depois de chegar, já fiz um amistoso e marquei 4 gols — conta, orgulhoso.Nem todas as aventuras nos confins do mundo do futebol dão certo, e acabam por atrasar a carreira de promissores atletas.
O atacante gaúcho Walker Alexsander sabe disso. Tratado como possível estrela no Santos, não quis um contrato na equipe profissional. Aos 16 anos, se disse “cansado” da vida do futebol e voltou para sua cidade natal, Esteio, disposto a se aposentar precocemente. Logo se arrependeu e foi tentar a sorte no FC Osaka, do Japão, após um teste em uma peneira do time no Brasil. O clube disputava uma das ligas regionais nipônicas e tinha quatro brasileiros no elenco. — O presidente estava aqui no Brasil observando a base e me convidou. Ano passado, assinei contrato de um ano e meio. Mas só cumpri 6 meses por causa da saudade. Estava muito longe da minha família e é tudo muito diferente. Achei que estava preparado, mas foi muito difícil. Só me acostumei ao fuso horário depois de três meses, a comida era estranha, não entendia a língua... — enumera Walker, que tentava um recomeço no Atlético Monte Azul, de São Paulo, com a certeza de que o futuro poderia ter sido diferente se tivesse continuado no Santos. Há casos diferentes. Lucas Gaúcho, por exemplo, não se arrepende de ter deixado o país atrás de uma boa proposta financeira — mesmo que ela o tenha levado à improvável Tailândia.
Artilheiro da Copa São Paulo de Juniores de 2010 pelo São Paulo, diz que sua situação por lá é bem melhor do que muitos imaginam, apesar de ter “sumido” do radar de grandes clubes. Autor de nove gols durante a conquista do tricolor na competição que já revelou grandes nomes do futebol brasileiro, o atacante de 23 anos não teve dúvidas ao aceitar uma proposta do desconhecido Tero Sasana . Segundo Lucas, que após a conquista do torneio de juniores teve pouco espaço no time principal do São Paulo e rodou por clubes de menor porte do país, o projeto que apresentaram para sua ida foi “muito bom para ser recusado”. Publicidade — Ofereceram um ótimo contrato. Além disso, conversando com algumas pessoas, vi que os brasileiros são idolatrados na Tailândia.
Cheguei e fui muito bem recebido. O futebol no país tem ganhando muito em investimento e a qualidade do campeonato local tende a aumentar muito nos próximos anos. Tanto que alguns brasileiros já estão se naturalizando tailandeses pelas condições que nos são oferecidas — explica ele, que também já passou pelo futebol do Viatnã.O ambiente, segundo Lucas, é ideal para aqueles que procuram um bom contrato e qualidade de vida. Sem considerar a ida para o Oriente uma aventura, o atacante descartou qualquer dificuldade de adaptação em função da língua ou da alimentação. Só se incomoda em não ter visibilidade. — Não tive nenhum problema para me adaptar. Gosto de viajar e conhecer novos lugares. Estou sozinho aqui e conheci alguns brasileiros que já estavam no país.
Nesse período, já consegui fazer um pé de meia e agora estou procurando um contrato em um centro mais forte — conclui o brasileiro, descartando um possível retorno para o futebol brasileiro neste momento. Carlos Eduardo, que chegou a jogar ao lado de Neymar na base do Santos, teve trajetória diferente da do craque do Barcelona. Ainda no sub-17 do clube paulista, recebeu uma proposta para realizar treinamentos em Portugal, na base do Sporting Braga. De aposta da Vila Belmiro, cruzou o Atlântico aos 16 anos para encerrar sua formação no clube português. — É a vontade de muitos que começam no futebol atuar na Europa.
E não tive dificuldades de adaptação ao novo ambiente. São muito brasileiros lá e fui com alguns amigos. Sempre quando tinha algum período de férias eu voltava — conta o meia, hoje com 21 anos. Os anos em Braga serviram para Carlos Eduardo despertar o interesse de um mercado pouco frequentado por brasileiros. Após cinco anos em Portugal, o Timissoara, da Romênia, apresentou uma boa proposta e, cativado pelo presidente e pelo treinador do novo clube, Carlos Eduardo se mudou para o Leste Europeu:
— Estou me adaptando bem. É um ambiente até agitado por ser uma cidade acadêmica. Por enquanto, não passei frio, mas não tive muito tempo para passear. Enfrentamos uma pré-temporada bem forte e o clube me deu toda a estrutura de alojamento aqui. Voltar ao Brasil não está nos planos. Em 2013, 471 brasileiros atuaram no continente europeu, segundo dados do Observatório de Pesquisas do Futebol (CIES, na sigla em inglês). No ano anterior, 1.429 atletas de todas as idades deixaram o Brasil para atuar em campos estrangeiros segundo balanço da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Questionada, a CBF não se manifestou de forma oficial sobre a saída do país de garotos com idade de formação (entre 16 e 20 anos) nos últimos anos. O exterior também virou eldorado para jovens brasileiros que encontram dificuldade na busca por um lugar ao sol onde nasceram. O caso do também atacante Klysman Henrique, de Brasília, é um desses exemplos. Sem ser aproveitado nas bases de Fluminense e Internacional, decidiu aceitar o convite do irmão para morar na Moldávia e atuar pelo Sheriff, da cidade de Tiraspol.
— Tive sempre problemas para me adaptar por onde passei. Sempre acontecia alguma coisa. Por isso aceitei o convite do meu irmão e vim para a Europa. Cheguei para atuar na base do clube, mas logo fui me envolvendo com o time profissional — conta o atacante. A receita para se adaptar é a aproximação entre os jogadores brasileiros que atuam no país. Segundo Klysman, nem mesmo o frio e a saudade da terra natal o desanimam do sonho de ter sucesso no futebol. Para os próximos meses, a ideia é aumentar ainda mais o tamanho da comunidade brasileira na Moldávia.
— O frio que senti aqui quando cheguei foi algo de assustar. Nunca havia passado por aquilo. Mas isso não nos desanima. Os brasileiros aqui são bem próximos. Para o final do ano, penso em trazer minha filha e minha mulher para morar comigo aqui — planeja ele, que tem 18 anos. Toureando adversários como o frio, os costumes, a língua, a comida e a distância, dezenas de jovens como Danilo, Walker, Lucas, Carlos Eduardo e Klysman trilham um tortuoso caminho e esperam poder fazer como Hulk, o herói paraibano: ainda que por uma rota exótica, entrar no mapa do futebol mundial.
Pesquisa - Marlon Felipe Sales de Moraes
Artigo e supervisão - Magno Moreira
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